Por Ivan Romão em coautoria com Charles Domingues
Um dos três “Rs” da sustentabilidade é o de Reutilizar (os outros dois correspondem a Reduzir e a Reciclar), que aponta para nossa capacidade de reutilização de recursos diversos, como forma de não os extrair novamente de determinada fonte. Um dos exemplos mais claros da prática é o reuso da água.
No contexto do setor de AVAC-R, sabemos da importância prática da reutilização não apenas para a compatibilização à agenda ambiental que centraliza as discussões em diversos setores produtivos hoje, mas porque beneficia processos e operações, colaborando com a economia de energia e com a performance dos equipamentos — o que tende a satisfazer empresas e clientes.
Há de se reconhecer a perfeita operacionalidade do reuso da água quando não forem necessárias as nobres, assim economizando o recurso, que é idealmente voltado para o consumo humano. A água de reposição (ou água de make-up) é perfeitamente operacional para certos fins, como em sistemas de resfriamento. Uma utilização racional desses sistemas, cuja função é arrefecer o calor dos equipamentos, pode significar bastante economia de energia.
Nesse sentido, é importante que as águas de reuso sejam corretamente tratadas. Estabelece-se, então, o que chamamos de Plano de Tratamento de Água (PTA), que vai gerenciar o tratamento das águas em questão e direcionar o reaproveitamento.
A partir do planejamento especializado e específico, que vai muito além de mera aplicação química, o PTA é importante para, por exemplo, minimizar processos corrosivos e incrustantes, eliminar formações orgânicas indesejáveis (como contaminações bacterianas), manter o approach de operação dos equipamentos dentro do estabelecido pelos fabricantes, entre outros benefícios.
Um bom PTA vai ser pensado em conformidade ambiental e contextual (região, condições de operação, estado do sistema de condensação da água), levando em conta as especificidades dos equipamentos e suas recomendações de fábrica.
A boa execução do programa significa conservação dos equipamentos, uso racional de água e economia de energia, tanto a curto prazo quanto pensando mais adiante. É importante também o entendimento de que o próprio PTA futuramente deve ser avaliado (preferencialmente por especialistas neutros) como forma de mensurar sua efetividade.
Outro fator que, junto à boa gestão das águas, pode ser aliado de empresas e clientes é a automação. Ela organiza, particulariza e modula o funcionamento de equipamentos e sistemas, levando as projeções de economia mais longe. O desenvolvimento tecnológico, principalmente quando permite maior controle e automação, tem proporcionado boas soluções no emprego dos recursos, em especial da água.
Teremos, portanto, cada vez mais operações com uso e reuso de água com a possibilidade de serem controladas à distância e com mais racionalidade, visando à eficiência energética e estando mais próximas de um cenário de sustentabilidade — elencando outros “Rs” para a lista: o de Rapidez e o de Rendimento, para ficar em apenas dois exemplos.
*Ivan Romão é gerente da Febrava, principal feira da cadeia AVAC-R; Charles Domingues é Presidente do DN Tratamento de Águas da ABRAVA.
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