O telhado é um dos responsáveis por aumentar a temperatura das construções. Durante o verão, podem absorver 80% do calor externo, fazendo com que a temperatura das coberturas chegue aos 70ºC. Em metrópoles, onde é comum a aglomeração de edifícios, existe a formação das ilhas de calor, processo resultante da absorção dos raios de sol. Para isto, existe uma solução sustentável: a reformulação do topo dos prédios, seja pelo uso de vegetação ou aplicação de telhados brancos.
Vantagens do telhado branco
Com o uso da tinta branca na cobertura dos edifícios, a radiação solar é refletida, fazendo com que a temperatura interna diminua até 30%. Desta forma, a utilização do ar-condicionado é reduzida, consumindo menos energia e conseqüentemente combatendo o aquecimento global. De acordo com a Universidade da Califórnia, estima-se que para cada 100m² revestidos por telhas brancas é possível compensar a emissão de 10 toneladas de CO2 por ano.
Graças a estas vantagens, aliada ao baixo custo de aplicação e manutenção, o telhado branco acabou ganhando fama mundial, quando a prefeitura de Nova York aderiu à ação. No Brasil, os telhados brancos não são obrigatórios, mas com o crescimento das construções sustentáveis, o uso de tintas reflexivas tem aumentado.
Tipos de telhado branco
E para promover a aplicação desta solução existem três formas: adquirir telhas térmicas claras, comprar telhas tradicionais brancas ou então pintar a superfície já existente. A primeira e a segunda opção são mais caras e recomenda-se para construções em andamento. Já a segunda é mais ampla podendo ser feita na grande maioria dos locais.
A tinta térmica é capaz de refletir até 90% da luz solar. Isso faz com que a temperatura interna diminua, o que leva a redução de 60% do consumo de energia elétrica usada pelo sistema de climatização. Para realizar o revestimento térmico, as fabricantes de tinta brasileiras vêm utilizando uma tecnologia da NASA, as microesferas de vidro ocas.
As microesferas de vidro ocas
Estas partículas de baixa densidade e de alta resistência são utilizadas para garantir o isolamento térmico. Criada há mais de 50 anos, essa tecnologia foi desenvolvida inicialmente para melhorar a visibilidade dos sinais nas estradas. A partir disso, os cientistas desenvolveram diversas formas de aproveitamento, como no setor automotivo, naval, construção entre outros. Atualmente a tinta térmica pode ser aplicada não só em telhas, mas como também em fachadas de residências, prédios comerciais, armazéns e outros tipos de construções.
As tintas que utilizam as microesferas espalham as radiações visíveis e infravermelhas. Por suas células serem a vácuo, não só é bloqueada a propagação de temperatura, como também do som. Em relação a custos, a manutenção dos telhados que usam a tinta com a partícula se torna mais simples e barata. Inicialmente porque o choque térmico, que causa dilatação e contratação do material é eliminado, evitando fissuras e trincas. Além disso, o material é atóxico, não inflamável, antifungo e antimofo, ao contrário das tintas tradicionais, que são muito suscetíveis à colonização por fungos e algas.
Questão de mercado
Apesar dos inúmeros benefícios, a tinta ainda não é reconhecida para os projetos de revestimento térmico. Em 2010, um projeto de lei realizado pela Câmara Municipal de São Paulo estipulava a implantação de telhados brancos na capital paulista. Entretanto, o plano foi alvo de muitas críticas, alegando que seria economicamente inviável. No Brasil, as licitações públicas exigem a espuma de poliuterano nas obras. O material é 50% mais caro que a tinta térmica, o que faz dela uma alternativa ainda mais tentadora para o mercado nacional.
As empresas que oferecem a tinta branca costumam cobrar entre R$ 25 à R$ 30 por m² de pintura, dependendo da dificuldade do telhado. O trabalho é realizado por alpinistas urbanos que, utilizando um compressor de ar, o concluem rapidamente: em um dia é possível realizar a aplicação em duas camadas da tinta.
Sou de Angola estudante do 4°ano de engenharia em pesquisa e produção de petróleo, gostei do vosso trabalho e gostaria falar sobre esta tinta no final do curso. Me permitiriam se for pra vossa empresa fazer pesquisa?
Olá, Dionísia. Tudo bem?
Ficamos felizes em saber que você visitou nosso blog e se interessou pelo nosso conteúdo. Sobre a tinta, não comercializamos ela. Divulgamos pois achamos muito bacana a ideia ao pesquisar sobre.
O WebArCondicionado tem sua sede no Brasil. Se vier para cá, estaremos disponíveis para recebê-la.
Ótimo trabalho para você e sua pesquisa e conte com a gente.
Creio que não seja necessário qualquer lei para entender as vantagens de pintar um telhado com a tinta térmica, especialmente se for de cimento-amianto. Basta observar que nos dias mais quentes do verão essas telhas esquentam tanto que é praticamente impossível dormir sem lançar mão do ar condicionado.
[…] Fonte: O tempo, Gazeta do povo, Arquitete suas ideias, Web arcondicionado. […]
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A pintura clara em uma cobertura incide na temperatura do ambiente imediatamente abaixo, porém não é verdade que “para cada 100m² revestidos por telhas brancas é possível compensar a emissão de 10 toneladas de CO2 por ano”. Nem na Califórnia, onde as coberturas acaltroadas são tão comuns, e a matriz energética é baseada no diesel, e muito menos aqui, pois nossa matriz é hidroelétrica. Mais que isto, estes cálculos consideram o sol a pino, coisa que só acontece ao meio dia no solistício, ou seja, apenas uma vez por ano, e desconsideram as superfícies verticais, que em cidades adensadas como nossas metrópoles, recebem muito mais incidência solar que as coberturas, na verdade gerando sombra sobre estas últimas.
Importante também considerar que ao se pintar uma telha, esta se impermeabiliza, e deixa de reter água. As telhas de barro, tão comuns por aqui, retém 4,5 litros por metro quadrado, devolvendo esta umidade para o ambiente por evapotranspiração, somente depois que a chuva cessa e o sol retorna, contribuindo assim com o microclima do entorno, onde o imóvel está incluído. Sem esta retenção, toda a água correria imediatamente para o sistema de captação pluvial, contribuindo para a ocorrência de enchentes.
Foram fatos como estes que levaram a camara paulista a abandonar o projeto, e não qualquer dado econômico. O vereador Goulart, propositor da lei, retirou o projeto após debate que a casa promoveu, onde climatólogos, ambientalistas, arquitetos e engenheiros puderam expôr questões técnicas pertinentes, algumas delas listadas aqui: http://www.elenaraleitao.com.br/2011/10/telhado-branco-obrigatorio-pontos.html
Para se ver que nem tudo que funciona acolá, serve também para aqui.
Caros.
A utilização de revestimentos refletivos em telhados de grandes corporações devem ser estimuladas sim, por varios motivos economicos e ecológicos, mas isto tem de ser feito de outra maneira, nada de sensacionalismo, lei do telhado branco, etc…, pergunte pra quem realmente entende como isso funciona e verão que existem materiais que realmente funcionam como barreira radiante, e os telhados metalicos e de outros materiais deixam de alcançarem as temperaturas de 75/80°C em sua face externa(Aqui no estado de São Paulo), e passam a registrar 32/35°C, isto automaticamente gera conforto térmico, redução do consumo de energia gasto na climatização de ambientes, ecônomia na manutênçao dos equipamentos de ar condicionadoe etc,,,
Pergunte para quem entende, se quiser ir contra a tendência mundial de se utilizar materiais sustentáveis que reduzam a utização de energia não renovável, justificando que não é aplicavel por aqui é andar na contra mão….
Obrigado pelo contato, Jair.