Matéria do Jornal da USP mostra estudo na Itália, que conclui que sistema diminui em 82,5% chance de infecção em salas de aula
Pouco aplicada no Brasil, o uso de aparelhos com a tecnologia é uma medida para diminuir a transmissão da doença. Na Itália, a ventilação mecânica por exaustores reduz a taxa de incidência de covid nas escolas em até cinco vezes.
A mudança representa de 250 para 50 casos a cada 100 mil alunos, em análise de dados feita em 10 mil escolas do país europeu. O uso de medidores de dióxido de carbono (C02) contribuiria nos resultados.
Já existe uma Lei Federal (13.589/2018), anterior à pandemia, que cita esse monitoramento no tipo NDIR. Em ambientes com aparelhos de ar-condicionado, como nas empresas, um sistema de exaustão seria uma alternativa.
Cuidados negligenciados pelo Estado
“Apesar de estarmos lidando com um vírus que se transmite pelo ar, o tratamento do poder público sobre essa via de contágio é negligente e superficial”.
A afirmação é de Lorena Barberia, professora do Departamento de Ciência Política da FFLCH e coordenadora científica da Rede de Pesquisa Solidária, iniciativa de pesquisadores voltada a aperfeiçoar as qualidades das políticas públicas em meio à covid-19.
No final do ano passado, o levantamento do grupo elaborou o Índice de Segurança do Retorno às Aulas Presenciais. O estudo mostrou que nenhum Estado sequer citou a ventilação e o monitoramento de CO2 no ar em seus protocolos de segurança.
O Estudo nas Escolas Italianas
A pesquisa monitorou os casos de contágio atribuíveis a infecções em sala de aula entre setembro de 2021 e janeiro de 2022. No total, foram observadas mais de 10,4 mil, sendo 316 realizadas em ambientes com sistema de Ventilação Mecânica Controlada (VMC).
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Os pesquisadores separaram os sistemas em três categorias conforme faixa de eficiência:
- 1: com número médio de trocas de ar/hora de 2,4;
- 2: com média de 4 trocas de ar/hora;
- 3: aqueles com 6 trocas de ar/hora.
Nas salas com sistemas da primeira categoria, o número de casos atribuíveis foi de 40% na comparação com aquelas sem. Nas da segunda, 66,8% menor. Por último, nas da categoria 3, com a ventilação mais eficiente, foi 82,5% menor.
Redação WebArCondicionado
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