Roupas térmicas não são nenhuma novidade, a ideia já circula por pequenas iniciativas e laboratórios há algum tempo, como os famosos tecidos que auxiliam os atletas a manter a temperatura do corpo, por exemplo. Além disso, quase sempre os protótipos desenvolvidos com maior tecnologia sofrem com o peso das baterias ou procedimentos que precisam ser feitos para a climatização do vestuário funcionar.
Tudo isso vai tornando os produtos finais menos atraentes e pouco práticos. Entretanto, esses obstáculos parecem ter sido resolvidos pelo Wendu, uma solução que tem atraído atenção.
Leve e eficiente
Do chinês, Wendu significa “temperatura”, e é o nome dado a um sistema de aquecimento e refrigeração para o corpo, acoplado às roupas, desenvolvido por um grupo de jovens de Córdoba, na Espanha. Controlado pelo Bluetooth do celular, a invenção consegue baixar a temperatura até 20ºC e aumentá-la até 40ºC.
A carga dura até oito horas, seis dependendo do uso, e a bateria é leve como um aparelho smartphone, além do que, segundo os inventores, ela tem uma vida útil de até 5 anos e pode ser trocada com facilidade.
Como funciona o Wendu?
O Wendu funciona movendo partículas por filamentos que aquecem ao menos 4 pontos da vestimenta. Protegidos por um silicone esmaltado que impede o contato direto com a pele, esses pontos possuem essa proteção também para que as roupas possam ser lavadas sem risco de danificar o sistema.
Outras soluções térmicas
As pesquisas mais recentes, como a que está sendo feita na Universidade de Maryland, nos EUA, se concentram mais em desenvolver tecidos que consigam resfriar o corpo humano através da reflexão da luz externa, ou do aceleramento da liberação da radiação corporal. Atualmente os cientistas de Maryland se concentram num tecido que regula as propriedades térmicas a partir das mudanças de umidade do corpo.
Porém, a maior parte das demais soluções térmicas que se podem vestir depende de baterias grandes ou de resfriamentos e aquecimentos prévios. Enquanto isso, o Wendu, cujo desenvolvedor mais velho tem 33 anos, já patenteou seu sistema e está aumentando sua lista de clientes. Como a tecnologia não depende da resposta corporal, as aplicações são múltiplas. Um dos primeiros interessados foi um paciente vítima de uma doença que o impede de transpirar.
Quem são os principais interessados no Wendu?
Agora já se acumulam atletas e fabricantes de mobília e desenvolvedores de conforto interno para veículos, já que o sistema pode ser aplicado também em sofás, colchões e bancos de carros. Um dos testes com esportistas foi feito com a medalhista paralímpica espanhola Gema Hassen-Bey Victoria Gonzalez, que é paraplégica e sempre precisa de procedimentos especiais para o aquecimento das pernas. O Wendu parece ter sido a solução ideal.
O sistema da equipe de Córdoba já está sendo comercializado online por preços a partir dos 129 euros. Cabe ficar de olho se é agora que as roupas climatizadas vão se popularizar de vez. Aqui no Brasil, tem horas que uma camiseta quentinha ou uma calça resfriada seriam muito bem-vindas, não é verdade?
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