Saída para resolver este problema sistêmico na cadeia de suprimentos é, sem dúvida, o relacionamento entre todos os players envolvidos: fornecedor, fabricante e clientes
Chips semicondutores são essenciais para produtos tecnológicos de ponta, de computadores a carros e 5G. Embora o mercado tenha convencionado chamar de “crise de semicondutores”, a escassez não é de silício, um dos elementos mais abundantes do planeta, mas do produto manufaturado.
É uma indústria estratégica e essencial na fabricação de smartphones, eletrônicos, computadores, infraestrutura de telecomunicação, equipamentos industriais, equipamentos médicos e aviação.
Para nós que trabalhamos com soluções de Tecnologia da Informação, a falta deste componente implica uma série de mudanças no nosso planejamento.
A escassez é fruto da mudança de comportamento das famílias, que estão consumindo mais aparelhos digitais, das empresas, que aceleraram a digitalização, e da disputa geopolítica pelo domínio tecnológico protagonizada por Estados Unidos e China.
Além de ser um impacto da pandemia na produção global de semicondutores, um tipo de produto com baixo nível de estoque porque sofre atualizações tecnológicas constantes.
Este cenário é um verdadeiro desafio para os fabricantes. A principal saída para resolver este problema sistêmico na cadeia de suprimentos é, sem dúvida, o relacionamento entre todos os players envolvidos: fornecedor, fabricante e clientes.
Quanto maior for a colaboração e mais próxima seja a relação entre as partes, melhores serão as possibilidades de um denominador comum. A última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que, com a redução da oferta de componentes, os custos estão subindo.
Principal obstáculo para a recuperação do setor para mais de 60% dos executivos das indústrias entrevistadas. De acordo com dados da consultoria IDC (International Data Corporation), as entregas de semicondutores no Brasil estão levando até 32 semanas e vêm acompanhadas de custos até 40% maiores.
Os reflexos econômicos na cadeia começam a aparecer, somando-se a alta do dólar, bem como a disparada dos índices de inflação correlacionados. É um ecossistema complexo. Porém, são nos momentos incertos em que é possível mensurar quais são as parcerias certas para ter flexibilidade ao fazer negócios.
Lidar com este tipo de situação é manter um canal de diálogo transparente com toda a cadeia e relacionamento forte em todos seus elos. É construindo parcerias e mantendo negociação abertas, sem o chamado ‘black box’.
Transparência é abrir termos de negociação e não tentar tirar proveito da situação, mas, sim, ganhar a confiança e fortalecer uma relação duradoura e sustentável.
*Alex Takaoka – diretor da Fujitsu do Brasil
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