*Por Camilla Porto (editora de conteúdo do portal WebArCondicionado)

O ar-condicionado surgiu na minha vida na adolescência. Óbvio que não estou falando do ar condicionado do shopping. Foi quando eu comecei meu primeiro estágio. Na empresa que eu fui trabalhar, tinha. Na minha casa, não. Nos primeiros dias de estágio era uma maravilha, eu só pensava no ar-condicionado. Coisa linda, coisa espetacular. Os ônibus ainda não eram climatizados. Não que hoje eles sejam aqui na minha cidade. Mas, segundo o prefeito, eles são. Melhor não discordar.

Então, voltando a minha adolescência, eu ia no coletivo morrendo de calor. Suando. Querendo chegar logo no trabalho para poder usufruir daquela maravilha. Eu reclamava que não tinha em casa. Mas como não tenho um desses no meu quarto? Que vida cruel. Os anos passaram, meus pais compraram ar-condicionado pra nossa casa. Meu Deus, que vida perfeita. Dormir com o ar ligado e dois edredons na cama. Nossa, isso sim é vida.

Mais uns anos se passaram e cheguei na fase adulta. Minha casa nova não tinha ar-condicionado. Mas meu trabalho novo sim. Chegava na empresa aquele frio de lascar. Certo que estou na Antártida. Será que essa gente não sente frio? Meu Deus, quem foi o cretino que inventou esse tal de ar-condicionado. Vontade de ir logo para casa, voltar a minha realidade do meu Brasil Tropical, meu verão, meu ventilador. Ufa, hora de ir embora. Mas que lasqueira, metrô sem ar-condicionado ninguém merece. Ai que vontade de voltar para a empresa e dormir lá. Droga, em casa não tem ar-condicionado, que vida cruel.

– Willis Carrier, onde quer que esteja, perdoe a brincadeira. Você não é cretino! Todos nós o amamos.

Redação do Portal WebArCondicionado
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